
As capitais brasileiras perdem quase metade (45%) da água retirada dos mananciais em vazamentos de redes de abastecimento, fraudes e falhas de medição. Os 6,14 milhões de litros desperdiçados diariamente nas grandes cidades do país seriam suficientes para atender a 38 milhões de consumidores. A capital do desperdício é Porto Velho, que perde 78,8% da água encanada.Os dados sobre as coberturas e desperdícios nas redes públicas de abastecimento de água e saneamento estão reunidos num estudo elaborado pelo Instituto Socioambiental (ISA). O estudo ressalta a necessidade urgente de adoção de medidas para expandir as regiões de preservação ambiental e as redes de saneamento básico, assim como a invasão de áreas de mananciais e recuperar aquelas que já foram degradadas em função da falta de planejamento urbano eficaz - o que acontece na maior parte das grandes cidades. O estudo recomenda, ainda, a intensificação dos esforços de educação ambiental, para que a população compreenda que também é responsável pela conservação da água.
Na região metropolitana de São Paulo, a mais rica do país, a Sabesp produz mais de 3,4 bilhões de litros de água por dia, mas pelo menos 30,8% (mais de 1 bilhão de litros) são desperdiçados. Desse total, 65% correspondem a vazamentos nas velhas redes de distribuição. Outra parte desaparece na submedição dos hidrômetros e nos roubos de água realizados por meio de ligações clandestinas - ao desperdício, portanto, soma-se a fraude. A água perdida ou desviada em um dia seria suficiente para abastecer por pelo menos 15 dias uma cidade como Diadema, com mais de 395 mil habitantes.
A perda de água na cidade de São Paulo é menor que a perda média nas demais capitais estaduais, mas está absurdamente longe do nível internacional.O consumo de água dos paulistanos é excessivo. Cada morador da capital gasta, em média, 221 litros de água por dia, um volume duas vezes maior do que o recomendado pela ONU. O Instituto Socioambiental lançou a campanha De Olho nos Mananciais, destinada a incentivar os consumidores a economizar água e os governantes a cumprir a parte que lhes cabe na preservação das áreas de mananciais - a água, afinal, não é um recurso infinito.
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AUTOR DO TEXTO:Sidney Rezende
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